quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O papel e o branco

Enfrentar uma folha de papel em branco, mesmo que esse papel seja virtual e até de arroz é complicado! Diria até aterrador, mas não custa tentar. Podemos começar por algo ilógico, que com o encadeamento de ideias, se vai tornando lógico e real, mesmo correndo o risco de continuar ilógico para quem nos lê.E aqui se encontra a grande questão: porquê pensarmos na lógica de uma questão e nos seus contornos, se o o indefinido tem muito mais interesse? E se para nós for lógico? Será que o "mundo exterior" é assim tão importante?
Começamos como que a colorir um quadro, daqueles que nunca saem do nosso plano imaginário, pela alegada "falta de jeito" tão frequentemente afirmada. E porque não, não tentar? Desafiar o papel, pondo em cada pincelada um pouco de coragem e loucura, alegria e raiva, um pouco de nós, para o mundo? Chocamos paradigmas e regras que aborrecem toda a espontaneidade de um génio aprisionado por convenções emparelhadas com o medo, do ridiculo e da falha. Não nos importamos sequer com a nossa vontade, ou prazer naquele momento, de gritar cromáticamente com o mundo. Até que algo nos puxa para aquela folha, como um iman. E nos encontramos com o nosso individual ou fragmentado eu. E assumimos. Assumimos o vermelho, o preto, o amarelo e o verde, assim como assumimos todos os dias as nossas olheiras ao mundo, depois de uma noite mal dormida. Porque elas existem, apesar de todo o corrector que possamos pôr.

Olheiras e cores, num delirio nocturno. Talvez fruto da insónia ou do prazer de brincar com letras e pontos, palavras e métricas numa pintura imaginária, totalmente surreal.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

No teu corpo deitado....no repouso de um êxtase surdo e ruidoso… repouso a minha cabeça…As minhas ideias estão em alvoroço… querem-te dizer tantas coisas que nem elas sabem bem o quê…e o corpo continua num rebuliço….o coração descompassado tenta congelar o momento, para que na eternidade aquela sensação perdure… porque os corpos estão cansados demais para dizerem o que querem dizer...

Respiro somente